Que tal falarmos sobre as fragilidades?
- Cleber Toledo
- 4 de mar.
- 2 min de leitura

How ‘bout stopping eating when I’m full up?How ‘bout them ever elusive Kudo?Essas frases estão entre as primeiras frases cantadas por Alanis Morissette na canção Thank U de 1998. Em tradução direta seria como: Que tal eu parar de comer quando eu me sentir cheio? Que tal a sempre enganadora glória?Alanis teria composto essa canção e outras depois de uma tempo que passou na Índia, na letra Alanis se diz grata por muitos sentimentos e sensações como: Desilusão, terror, fragilidade, consequência e silêncio.Recordei dessa música, claro, em razão do tempo que vivemos. Vivemos um momento de desilusão, acreditávamos que estávamos bem, não pensávamos em nossas fragilidades, as fragilidades da vida, dos encontros e desencontros. Estávamos vivendo para encher a dispensa ou para apenas matar nossa fome? Mas qual era nossa fome? A consequência mostra que o mundo estava com fome de amor, carinho, valores fraternos. Mas ainda existem aqueles que resistem e persistem em acreditar que a felicidade depende mais do que carregam em cofres do que aquilo que consegue carregar no coração. De uma forma altruísta Alanis parafraseia… “o momento em que eu me desapeguei foi o momento em que eu tive mais do que poderia suportar”. Freud mencionou que o dinheiro é um objeto que se relaciona a autopreservação e obtenção de poder. Diante disso, o medo de perder riquezas diante de uma crise econômica iminente revela o temor inconsciente da aniquilação do ser, e a fragilidade humana/subjetiva de que se pode perder as forças e o poder. O valor do dinheiro em si nesta perspectiva não é merecido, mas passa a simbolizar algo real. Perder dinheiro significa instituir a “ausência”, mas a ausência não propriamente do objeto moeda, mas daquilo que ele pode comprar e que traz consigo uma completude, já que a ausência não é percebida no real.Em outro momento a cantora e compositora Alanis pergunta: “que tal recordar sua divindade?” Neste ponto me aproximo de Schoupenhauer que mencionou “Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração”.
Autor: Cleber Vernillo de Toledo





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